4 de out. de 2007

.sei que faz bem sentido.


É namoro ou amizade? Rolo, cacho, ensaio de amor, romance, conto, fábula de formiguinha ou pura clandestinidade?

“Qualé a sua, meu rapaz?!”, indaga a nobre gazela.

E o homem do tempo nem chove nem molha. Só no mormaço, só na leseira das nuvens esparsas.

No tempo do amor líquido, para lembrar o título do ótimo livro do filósofo contemporâneo Zygmunt Bauman sobre a fragilidade dos encontros amorosos, é difícil saber quando é namoro ou apenas um lero-lero, vida noves fora zero y bandeirosos corazones...

Cada vez mais raro o pedido formal de enlace, aquele velho clássico, o cara nervoso, se tremendo como vara verde: “Você me aceita em namoro”?

Talvez nem exista mais.

O amor e as suas mudanças. A maioria dos homens, além de não pedir em namoro, além de não pegar no tranco, ainda corre em desespero diante de uma sugestão ou proposta de casamento feitas pela moça.

O capítulo bom da história é que agora as mulheres também partem para o ataque e, diante de uns temerosos ou acanhados sujeitos, escancaram seus desejos e fazem suas apostas, seus pedidos, põem na mesa os seus desejos e as cartas de intenções.

Era bem bacana esse suspense masculino do “você quer namorar comigo?”

Havia sempre o medo do fora. Um sim, mesmo o mais previsível, era uma festa.

“Quer namorar comigo?”

No tempo do “ficar”, quase nada fica, nem o amor daquela rima antiga.

Alguns sinais, porém, continuam valendo e dizem muito. O ato das mãozinhas dadas no cinema, por exemplo, ainda é o maior dos indícios.

Mais do que um bouquet de flores, mais do que uma carta ou um email de intenções, mais do que uma cantada nervosa, mais do que o restaurante japonês, mais do que um amasso no carro, mais do que um beijo com jeito, daqueles que tiram o gloss e a força dos membros inferiores.

“Vamos pegar uma tela, amor?”, como se dizia não muito antigamente.

Eis a senha.

Mais até do que um jantar à luz de velas, que pode guardar apenas um desejo de sexo dos dons Juans que jogam o jogo jogado e marketeiro.

O cinema, além da maior diversão, como diziam os cartazes de Severiano Ribeiro, é a maior bandeira.

Nada mais simbólico e romântico.

Os dedos dos dois se encontrando no fundo do saco das últimas pipocas...

Não carecem uma só palavra, ainda não têm assuntos de sobra.

Salve o silêncio no cinema, que evita revelações e precoces besteiras.


__É só querer, e terás uma toalha, uma escova de dentes, cuecas e shorts de casa dentro do meu armário.Mas ninguém sabe o que vc quer...

3 comentários:

Natalie disse...

amei esse texto! parece com uma amiga nossa! kkkkkkkkkkkkkkkk
:*

Manuella Castro disse...

e quem foi q disse q eu n entendo?!
te amo porra!
somos muito parecidas.
e parceiras sempre.

*:

Manuella Castro disse...

falta tua esse finde.
=/